Resenha: O Conto da Aia

    Olá, pessoal! Tudo bom? A resenha dessa semana é sobre o aclamado e ressuscitado - eu diria - livro "O Conto da Aia". Após muitos anos de esquecimento, ele foi devidamente relançado pela editora Rocco ano passado, 2017, e hoje nós vamos conversar um pouquinho sobre essa incrível e reflexiva história.



Título: O Conto da Aia
Páginas: 366
Autoria: Margaret Atwood
Tradução: Ana Deiró
Editora: Rocco


   Uma revolução teocrática, teoricamente motivada pela esterilidade a qual a sociedade fora submetida por consequência de problemas ambientais causados pelos próprios humanos, ocorre na região onde outrora fora chamada de Estados Unidos da América. Após tal acontecimento, as mulheres são divididas para cumprirem determinados cargos: Esposas, companheiras dos Comandantes, apesar de inferiores a eles hierarquicamente, responsáveis por administrar as outras mulheres da casa; Econoesposas, Marthas, responsáveis pelo trabalho doméstico e alimentação; Tias, que doutrinam as Aias para se desfazerem dos antigos costumes e tornarem-se fiéis aos ensinamentos de Deus; Aias, sendo essas reconhecidas apenas por sua obrigação social de procriar para a manutenção dos níveis de natalidade da sociedade; e Não mulheres, as que são rejeitadas pelo governo por terem se tornado incapazes biologicamente de procriar, por serem lésbicas ou até mesmo por não aceitarem o novo sistema autocrático. 
      Offred, narradora-personagem do romance de Atwood, é retirada de sua casa, de sua família para adentrar ao novo sistema de castas, passa pelo processo de reeducação nos Centros, onde as Tias ensinam os mandamentos de Deus, a procriação como papel da mulher na sociedade e como as Aias devem se comportar quando em contato com o Comandante.
       Margaret Atwood foi feliz em toda a sua retratação distópica da nossa sociedade que, sob qualquer pressão política, econômica ou religiosa, subjuga a mulher a cargos muitas vezes desumanos com argumentos aceitados por algumas pessoas de que só assim se chegará a uma solução. 
       O Conto da Aia ou The Handmaid's Tale, escrito em 1985 e relançado no Brasil em 2017, traz uma longa e dura crítica à posição da mulher enquanto ser humano e sujeito político na sociedade, à ditadura da intolerância e da teocracia como única ideologia religiosa correta e ao clima de opressão e impotência impregnado entre o povo pelo governo. Não sendo muito diferente da nossa sociedade contemporânea e do momento político no qual a população brasileira - e mundial - se encontra, mesmo em 1985, Atwood mostrou como a democracia, o respeito, a tolerância e os direitos dos sujeitos políticos que estão longe do topo da relação política de poder são e sempre foram pouco fortalecidos e marginalizados. Aprendamos com Margaret Atwood!





Espero que tenham gostado! Beijinhos ♥

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